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Como podem os laços de solidariedade ser reforçada entre africanos continental e os movimentos negros no Brasil? Para começar, uma profunda apreciação de um compartilhada do patrimônio dos dois povos é necessário

“O Brasil tem a maior população de negros fora da África, na verdade, perdendo apenas para a Nigéria”. Eu sempre soube disso lá no fundo da minha mente como um daqueles "você-sabia-disso”. E aqui, isso estava sendo reiterado no Festival Intelectual Nyerere pela Dra. Monica Lima e Souza, uma professora negra de história na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Uma vez que você já deve estar pensando que, sim, ela é uma mulher de cor. Pelos padrões de melanina, você diria que ela é bastante leve para um preto, ombros cabelos crespos, estatura mediana com uma predisposição amigável.

Antes desse dia, eu realmente não tinha dado muita atenção aos laços que o Brasil tem para a “Terra Mãe”. O mais próximo que eu já considerei o Brasil era em esportes e entretenimento. Como um adolescente, meu personagem mais amado no console de jogos Play Station foi Tekkens, um lutador de capoeira Eddy Gordo; no campo de futebol eu adorava o lendário Ronaldinho Gaúcho e me senti envergonhado, como uma pessoa negra, com as palhaçadas birra mesquinhas aRobinho (Balotteli estes dias) e hoje sonho em tirar umas férias de sonho no Rio de Janeiro depois de assistir ao filme de animação da Fox Century, Rio. Mas eu nunca tinha realmente apreciado a profundidade de um patrimônio comum entre os povos do Brasil e os africanos do continente.

De volta para casa, ao longo dos últimos dois anos, o público queniano tem experimentado uma avalanche massiva de novelas estrangeiras produzidas, a maioria a ser exibida em horário nobre. A TV queniana tem diversificado a paleta 'tradicional' mexicana e introduziu subsequentemente shows Philipinos e Hindis. Os debutantes neste menu gourmet de novela são as novelas brasileiras. E uma delas me chamou a atenção: "Insensato Coração". Personagens principais de lado, esse show tem Lazaro Ramos, um ator negro, interpretando o personagem de Andre Gurgel - um Casanova do tipo macho-artístico-cool. Esta foi a primeira vez que eu vi uma pessoa negra desempenhar um papel contínuo não-subserviente, papel principal. Eu estava ansioso para saber o seu destino na novela, embora eu não seja o mais ardente fã de novela. Em resumo, Andre se apaixona por Carol, uma mulher branca interpretada por Camila Pitanga, eles têm um filho juntos. Carol rompe com André por conta de sua natureza mulherengo, a novela termina com um Andre arrependido em uma cama de hospital infligido com câncer testicular. Eu não chego a pensar que esta seja a imagem que eu estava esperando ver para um próspero homem negro brasileiro.

Aqui eu estava na 5ª edição do Festival Intelectual Julius Nyerere Festival, que acaba encerrar na Universidade de Dar es Salaam. Em grande medida, este festival defende o Panafricanismo em sua agenda. E isso não deve ser nenhuma surpresa, considerando quo festival tem o nome de um dos maiores campeões pan-africanistas da África continental, Mwalimu Julius Nyerere Kambarage. O movimento Pan-Africano voa nas asas ideológicos de solidariedade em todo o mundo Africano e auto-estima.

"O Brasil tem a maior população de negros fora da África ... eles precisam saber de onde vieram ", diz a professora Lima e Souza, em meio a uma profusão de desculpas por seu Inglês lento. Durante uma das sessões de aula, ela explica como o Brasil tem tido uma negação sistemática do Patrimônio Africano de seu povo. "Nós olhamos para o passado para fazer o futuro claro ... ' ela continua a sublinhar a importância dos negros brasileiros que apreciam o seu patrimônio, conhecendo sua história.

Na apreciação desta história, Prof Lima Souza passou a afirmar que a história que ela defende é o tipo que está ligada aos movimentos de mudança social como exibido pelos movimentos sociais negros. Isto ecoou os pensamentos de outros oradores no festival como Profs Thandika Mkandawire e Prof Manuh Takyiwaa que destacou a afirmação de uma identidade negra e auto-estima de todos os povos de ascendência Africana.

Movimentos sociais negros no Brasil experimentaram algum sucesso em seus esforços contra a negação de uma herança negra. Muito caro ao coração da professora Lima Souza será uma política de educação formal, que prevê o ensino da história negra como parte do currículo escolar. No processo de ensino desta história negra, Profª Lima Souza é da opinião de que os brasileiros negros precisam apreciar a história alternativa que pode ser oferecida através dos movimentos sociais ancorados no Pan-africanismo, "a história de todos os lados", como ela mesma disse. "Nós não ensinamos uma abordagem linear da História Africana, nós apreciamos o todo e, portanto, construir muito a partir do Movimento Pan-africano. Como tal, Prof Lima Souza é convicta de que a África precisa ter o Brasil em seus pensamentos e trabalhar em solidariedade. A comunidade da diáspora Africana na América do Sul não é distante das próprias lutas e realidades que os africanos continentais enfrentam ou enfrentaram no passado. Nós temos uma herança ligada. A narrativa contada é de como Nyerere, na Tanzânia, na África Oriental reuniu o clamor por justiça social para os negros que vivem nas Américas. Este é o mesmo tipo de solidariedade que o Brasil precisa com os africanos do continental hoje.

Com a Profª Lima Souza no Festival de Nyerere também foi Prof Amilcar Araujo Pereira, historiador, bem como da faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.O foco principal da Prof Pereira foi sobre a história e o poder do movimento negro no Brasil. A sua tarefa era uma noite de diálogo sobre os movimentos sociais. A sessão de diálogo foi criada no auditório Nkrumah, numa noite fresca costeira, com um punhado de pessoas, tomando caldo de cana, café amargo Swahili e petiscos de mandioca assada e kebabs. Prof Pereira, um companheiro jovem com um sutil senso de humor, dirigiu-se à natureza dos movimentos sociais negros no Brasil. Ele falou do Brasil, onde havia "uma mistura de abertura e exclusão racial", como Jenny Barchfiel da Associated Press iria descrevê-lo em seu artigo Yahoo News de 17 de março de 2013.

Profº. Pereira enumerou as estatísticas que exibiram a exclusão da maioria negra das posições de poder em ambas as esferas econômicas e sociais. Ele passou a mostrar como o fator “negro” no Brasil estava sendo resolvido de forma subliminar incentivando os negros a se tornar mais branco através de qualquer meio. Ele descreveu como um racismo de inclusão, em que o patrimônio Africano é negado por meio de assimilação. Ironicamente, com toda essa 'assimilação', os negros brasileiros parecem estar na ponta mais curta da vara social. O movimento social no Brasil tem visto várias medidas de ação afirmativa sendo tomadas. A política de redistribuição de terras aos negros brasileiros, as relações raciais de admissão da universidade e do currículo de História do Negro/ Africano referido são algumas das vitórias. Independentemente desses ganhos, Profª Lima e Souza insiste que o patrimônio Africano brasileiro precisa se afirmar ainda mais. É bastante interessante observar a retórica e a ação que está sendo realizada na nação sul-americana, considerando que no último par de décadas, o Brasil experimentou uma corrida maioria da minoria reversão. Brasileiros de ascendência africana contam até 51 por cento da população no Brasil de hoje.

Então, antes de podermos ficar animados que a raça tem o aprimoramento da representação em meios populares, antes que possamos meditar sobre as belezas do povo brasileiro, etnia e esportividade, para que possamos ter orgulho em um patrimônio comum as pessoas de cor em todas as partes do mundo, é preciso prestar atenção à exortação, precisamos nos identificar com as lutas do Brasil, porque é na verdade a nossa própria história.

Referências

1. http://www.globotvinternational.com/prodCharacter.asp?prodId=179&catId= irrational heart characters

2. http://news.yahoo.com/brazil-mix-racial-openness-exclusion-115423389.html yahoo news

3. http://en.wikipedia.org/wiki/Pan-Africanism wiki pan Africanism

4.http://exploringafrica.matrix.msu.edu/students/curriculum/m15/activity3.... and black identity

5. http://www.socialistreview.org.uk/article.php?articlenumber=9923 fighting for the right to be black

* Edwin Rwigi estagia na Fahamu.
**Traduzido por Alyxandra Gomes Nunes
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