Printer-friendly versionSend by emailPDF version

CARTA AO GOVERNO BRASILEIRO COM RESPEITO AO RETORNO EM BOA SÁUDE DE LOVINSKY PIERRE-ANTOINE, DO SR. EUSI KWAYANA, UM DISTINTO SENHOR DA GUYANA, CONHECIDO POR MUITOS NO CARIBE. ELE FOI ESSENCIAL À UNIÃO DOS POVOS DE PROVENIÊNCIA AFRICANA E NATIVOS DURANTE A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA DA GUYANA.

20 de maio de 2008.

Sua Excelência Sr. Antonio de Aguiar Patriota
Embaixador Brasileiro aos Estados Unidos
3006 Massachusetts Avenue, NW
Washington, D.C. 90008

Sua Excelência, Sra. Theresa Maria M. Quintella,
Consul Geral do Brasil
8484 Wilshire Blvd.
Beverly Hills, CA 90211

Sua Excelência,

Chegou a hora, depois de nove meses de grande ansiedade, de alguma autoridade da comunidade internacional autorizada a agir pela segurança do Haiti a aconselhar a comunidade internacional, isto é, o público internacional, de suas descobertas no escandaloso seqüestro ou desparecimento do cidadão Haitiano e patriota, Sr. Lovinsky Pierre-Antoine.

A data do desaparecimento do Sr. Lovinsky Pierre-Antoine é bem estabelecida. Também é conhecimento público que ele estava ajudando grupos de direitos humanos dos EUA e do Canadá, países com cortes e parlamentos famosos.

Por favor não interprete este apelo erroneamente. Tenho grande esperança nas Nações Unidas como uma força de paz e muita esperança na evolução da democracia no Brasil, que mantém uma posição de liderança na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti. Minha decepção é, portanto, grande. Todos os filhos e filhas do Haiti merecem a proteção da lei e de acordos internacionais especiais. LOVINSKY PIERRE-ANTOINE é um filho do Haiti, um que é bem conhecido na região e está se tornando ainda mais conhecido pelo mundo. Sua reputação internacional é a medida pela qual se julgará a força de paz no Haiti. A reputação da força de paz aumentará ou cairá junto ao destino de Pierre-Antoine. No mundo de hoje, notícias de violações tem grande valor de mercado.

O mundo não tem conhecimento da posição de nenhuma das agências oficiais no Haiti, doméstica ou internacional, quanto a este importante caso de desumanidade. Quando este assunto foi mencionado durante uma conferência sobre as crianças do Haiti em San Diego, nos EUA, o embaixador do Haiti nos EUA respondeu fortemente. Não apenas estabeleceu o não-envolvimento do governo do Haiti no seqüestro de LOVINSKI PIERRE-ANTOINE, mas também defendeu o governo de maneira efetiva, garantindo a audiência que o governo não tinha qualquer involvimento naquele acontecimento infeliz. Ninguém sequer havia sugerido tal involvimento. Ele disse que o Sr. Pierre-Antoine era provavelmente um candidato rival de algum indivíduo e sugeriu que em tais circunstâncias, desaparecimentos haviam acontecido anteriormente. Eu não tenho nenhum registro do seu testemunho anterior àquele evento, e estou aberto a quaisquer correções que ele ou qualquer outro partido tenham a oferecer.

Tudo que o embaixador pode fazer foi livrar o governo do Haiti de qualquer involvimento. Porém, o advogado do Sr. Pierre-Antoine estave presente e se levantou para repreender o governo pelo seu silêncio e por não ter exercido sua responsabilidade nacional.

Já que o governo do Haiti não foi cúmplice do desaparecimento do Sr. Pierre-Antoine, o hemisfério ao qual Haiti sempre foi central deve voltar sua atenção à força multinacional considerada uma ajuda vital a um governo doméstico incapacitado pela história, e à liderança da tal força, a República do Brasil, um importante parceiro no hemisfério. Sua presença no Haiti sugere aos desinformados que o Brasil lá está para fornecer experiência e influência que não podem ser fornecidos pelo governo do Haiti no presente momento. Nestas épocas da fiscalização intrusiva, empregada secretamente porém de conhecimento público, da observação por satélite da terra, do mar e do ar, de escutas telefônicas clandestinas e de outros equipamentos útil na ofensa e na defesa, há uma ruptura da credibilidade. O público não acredita que alguns vândalos no Haiti conseguiram despistar completamente a capacidade humana dos principais estados do hemisfério.

O desaparecimento do Sr. LOVINSKY PIERRE-ANTOINE deve conseqüentemente ser levado à população estupefada do hemisfério e do mundo, que esperam com impaciência por alguma palavra das Nações Unidas e de suas forças de paz que lhes dê esperança.

Estas forças devem estar cientes do rapto e do desaparecimento do primeiro Primeiro Ministro de Haiti, TOUSSAINT L'OUVERTURE. O regime francês da época, um regime de soldados, tratou o destino de TOUSSAINT com um silêncio parecido àquele com que o rapto do Sr. PIERRE-ANTOINE está sendo tratado agora. É este modelo francês o modelo para as tropas da ONU e seus oficiais?

Várias perguntas nos ocorrem. O hemisfério e a comunidade internacional desejam saber que grupos foram organizados para investigar o desaparecimento de LOVINSKY e de outras pessoas, independentemente de suas preferências políticas, que talvez não sejam tão conhecidas porém estejam enfrentando circunstâncias parecidas.

É possível ter noções erradas sobre o que aconteceu a LOVINSKY. É possível fazer indicações e encontrar então a necessidade de revisá-las. Mas é possível na era atual, marcada por vigilância intrusiva, que segredos criminosos sejam tão bem mantidos?

No contexto militar de uma força de paz, o silêncio por duas semanas da parte da autoridade comandante pode ser aconselhável, depois que fêz uma pronunciamento inicial assegurando o público de sua perseguição ativa dos delinquente. O silêncio por três semanas pode ser motivo de preocupação, contudo compreensível se tinha feito as garantias necessárias. O silêncio por nove meses transforma-se seu oposto, e não é mais silêncio e sim uma confissão eloquente da incapacidade, ou pior ainda, falta de interesse.

Se um cidadão da proeminência e da popularidade de LOVINSKY PIERRE-ANTOINE pode simplesmente desaparecer, então o destino do cidadão desconhecido no Haiti sob a proteção da força das Nações Unidas não é invejável.

As perguntas persistem: Quando foi que as autoridades ouviram pela primeira vez deste seqüestro? Que passos específicos tomaram? Quem está mantendo informados os filhos e esposa de PIERRE-ANTOINE? Há algum suspeito? O rapto é considerado obra do próprio Pierre-Antoine? Caso existam suspeitos, eles iludiram a capacidade multinacional da ONU? Houveram pousos secretos de aviões desconhecidos aos guardiães oficiais? Foi ele levado em um bote, e foram todos os suspeitos contatados por oficiais? LOVINSKY PIERRE-ANTOINE foi rendido? Onde está a mídia internacional,, famosa por sua eficácia crescente? O estado e a mídia conspiraram para não investigar o destino deste homem? É ele mantido pelas forças da lei e da ordem, e se este for o case, onde estão seus direitos? Se está preso, sob que acusações ou suspeita razoável? Era este homem, que era conhecido por sua dedicação à não-violência e tentando chegar ao senado, suspeito de planear um ataque com explosivos contra o parlamento?

Sua excelência, Sra. THERESA MARIA M. QUINTELLA, eu peço que você passe esta carta a seu governo em Brasil sem demora. Por respeito ao presidente Lula como chefe de Estado eleito, o autor desta carta não irá distribuí-la a mídia internacional na região e em todos os continentes antes do fim do segundo dia de sua expedição ao oficial principal do consulado de Brasil em Los Angeles.

Sinceramente,
EUSI KWAYANA
Cc:
Secretário Geral das Nações Unidas

Deputada Federal dos EUA Maxine Waters

Anístia Internacional

Pax Christi

Global Women's Strike, Los Angeles

Comitê de Ação pelo Haiti